sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Episódios da Vida Romântica – Parte I



Chiado, 23h52.Paragem de autocarro. Duas jovens com cerca de 17 anos conversam despreocupadamente enquanto fumam um cigarro. Patife aguarda paciente pelo 58, enquanto tenta terminar as palavras cruzadas de um jornal abandonado no banco da paragem.

Patife (de si para si): Palavra com V… Va…e termina em A…

A certa altura pára o Melão (sim, o dos Excesso) no seu Audi A3. Qual galifão, começa a piscar o olho às miúdas e a acenar-lhes, sorrindo, com ar de “sim…sou eu!”

Patife (de si para si): Aquele é o Melão… Está mesmo gordo. E careca…

V.F.1 (diz entre risinhos para a amiga): Olha aquele gajo do Audi? F***-se granda bimbo! Mas tem granda carro. Eu é que já arranjei agora um de 23 anos do Cacém, senão ia dar ali uma voltinha ao colo dele.

Patife (de si para si, mas agora corando com o chamemos-lhe “à-vontade” da senhorita): Eh lá… estou aqui bem?!

V.F.2 (ri divertida): F***-se Catarina!

O Melão, sem ouvir uma palavra da conversa das garotas, derivado a estar de vidro fechado e com a música da Rádio Cidade aos altos berros dentro do veículo, mas percebendo que elas estavam a falar dele e convencido de que sabiam quem ele era, arranca cheio de onda (ou lá o que era aquilo).

V.F.1 e V.F.2 (risinhos): ih ih ih

V.F.2: Olha, não é o Marinho (o namorado da primeira rapariga) que tem granda motão?!

V.F.1: Ya, mas agora não pode pegar nela, por causa da liberdade condicional.

Patife (ainda de si para si, mas agora à procura das câmaras porque isto só pode ser para os Apanhados): ???

V.F.2: Quanto tempo falta?

V.F.1: 11 meses. Eram 3 anos com 24 meses de pena suspensa…

V.F.2: Ah, então é fixe!

Patife (de si para si): “Ya…”

V.F.1: Ya, ya.. Ele não chegou a matar o gajo… Mas ya, qualquer pózinho e ele vai de cana outra vez.

V.F.2: Ainda me lembro, tu é que começaste a bater no gordo…

V.F.1: Ya , não lhe espetei o garfo na banha, mas f***-o todo, ca****. Ficou todo arranhado o cabrão! (risinhos)

Patife (ainda à procura das câmaras e a tentar perceber se as duas tinham microfones escondidos): ???

Chega entretanto o 58. As portas abrem-se e as amigas despedem-se com 2 beijinhos ternos. Mesmo. Mesmo queridas.

V.F.2: Tá-se Cata (diminutivo de Catarina).

V.F.1: Fica!

Patife (de si para si, enquanto valida o título de transporte e dá as boas noites ao motorista): Hum… vasectomia, é isso.


Patife

6 comentários:

Sara disse...

Devo entender que uma das criaturas supracitadas entrou no autocarro e tu também?!?! :s
Não te sabia tão valente...!!!
Eu teria chamado um táxi directo, mas acredito que toda uma vivência no Cacém te tenha dado outro estômago!...

Por falar em vivência (do verbo "viver"... as in... não morto) e Cacém (local onde vive o namorado quase presidiário da delinquente e outras tantas pessoas)... se calhar era coisa para, pelo Natal, ofereceres umas latinhas de gás mostarda aos teus pais e irmão!

Anónimo disse...

Não sou a Cata mas sou a Cari!!!! E amei mas amei mesmo este teu pequeno excerto da noite. Eu cá também tenho um fraquinho por gajos de motões, fico ao rubro com o sonoro da Cidádji, e dá-me adrenalina rufias com (pelo menos) já tenham cumprido 3 anos de cadeia (sim, porque menos que isso, só se fôr menino...)e o Melão...uuuuuuuuuuuiii... esse então faria de mim a mulher mais...mais... mais... ai jesus... MAIS MULHER CARAMBA! Enfim, estou para aqui a rir sozinha.... ainda sob efeito Sapo... mas sempre a Assapar!!!

AnitAssapar

Anónimo disse...

Ah! E venham mais capítulos soon!

AnitAssapar

Frederico Roberto disse...

é por isto k eu te amo xaval!

AAHHAHAAHAHAHHAHA

Fred

Ivan Meneses disse...

Muito, mas mesmo muito bom!
Abraço!

Joana Veiga disse...

E a vasectomia?